ONU critica imposição de ensino religioso em escolas públicas


Centenas de escolas públicas em pelo menos 11 Estados do Brasil não seguem os preceitos do caráter laico do Estado e impõem o ensino religioso, alerta a Organização das Nações Unidas. (...) O documento foi preparado pela relatora da ONU para o direito à cultura, Farida Shaheed, que também alerta que intolerância religiosa e racismo "persistem" na sociedade brasileira. 
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A Lei de Diretrizes e Bases da Educação diz que o ensino religioso deve ser oferecido em todas as escolas públicas de ensino fundamental, mas a matrícula é facultativa. A definição do conteúdo é feita pelos Estado e municípios, mas a legislação afirma que o conteúdo deve assegurar o respeito à diversidade cultural religiosa e proíbe qualquer forma de proselitismo.
"Em tese, deveria haver um professor capaz de representar todas as religiões. Mas, como sabemos, é impossível", explica Roseli Fischmann, da Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo (USP). "Além disso, a aula não é tratada efetivamente como facultativa. O arranjo é feito de tal forma que o aluno é obrigado a assistir."

Leia na íntegra a matéria de Jamil Chade para o Estadão em http://www.estadao.com.br/noticias/impresso,onu-critica-imposicao-de-ensino-religioso-em-escolas-publicas,724971,0.htm.

Comentários
2 Comentários

2 comentários:

  1. Caro, professor Núbio,

    Trabalho em um curso que forma o professor de Ensino Religioso de acordo com as orientações que estão na LDB/97: A Licenciatura em Ciências da Religião, na UERN. A formação neste curso indica/orienta práticas não proselitistas para a prática educacional nessa área de conhecimento. O professor que se forma em Ciências da Religião estuda o fenômeno religioso pelo foco da ciência. Também eu me espantei quando cheguei ao curso em 2005. Sou professora de Produção Textual, minha formação é em Letras e Educação e posso afirmar que aprendi muito sobre tolerância, respeito, multiculturalismo e diversidade com meus colegas de Ciências da Religião do que em outros cursos por onde lecionei...Além disso, na proposta dos Parâmetros Curriculares Nacionais do Ensino Religioso, o professor formado não pode catequizar nem evangelizar. A dificuldade que encontramos, de fato, é o desconhecimento sobre a formação específica e a seleção de professores capacitados para o ensino, além de pouquíssimas faculdades no Brasil!

    Essa é uma batalha que assumimos no campo da formação docente!

    Abraço,

    Araceli Sobreira
    Curso de Ciências da Religião - Universidade do Estado do Rio Grande do Norte/UERN


    www.pedradosertao.blogspot.com

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  2. Concordo com você, Araceli! Enquanto isso, entendo que escola e sociedade precisam encarar e corrigir os equívocos históricos relacionados a este assunto. O que não dá é para ficarmos empurrando este assunto para debaixo do tapete, com a complacência da mídia, como se estivesse tudo ok.

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