"A hora da gramática: como evitar que o estudo da gramática se dissipe num conjunto de regras sem sentido", artigo de Sírio Possenti
Data da postagem:
25.9.09
Olhando uma gramática com cuidado, pode-se ver que se trata de um volume muito heterogêneo. Ele contém:
a) regras a ser seguidas para praticar um desejável padrão linguístico (ortografia, pronúncia, concordância e regência são os casos mais óbvios);
b) um conjunto de análises ou de apresentação de aspectos estruturais da língua (tipos de sons, sílabas, classes de palavras, morfologia, sintaxe);
c) um conjunto de indicações de comportamentos sociais (evitar regionalismos e estrangeirismos, não ser grosseiro), intelectuais (ser claro), quase morais (evitar cacofonias), etiquetais ("ele e eu", não "eu e ele").
O esboço, precário, permite ver que a questão "estudar gramática" só é simplificada por falta de conhecimento ou boa-fé. O que mais interessa, do ponto de vista da sociedade, sendo conservador, é o domínio escrito de uma norma - que talvez devesse ser representada pelos jornais e revistas e não pela literatura. O pedaço da gramática que mais interessa é o que diz respeito a como se pode e/ou não escrever. Uma observação cuidadosa mostraria que a fala é suficientemente marcada por peculiaridades, e exigir dela o que se espera da escrita é um equívoco. Um exemplo pode vir da comparação da escrita de colunistas que também falam em rádios e TVs.
Leia o artigo na íntegra em http://revistalingua.uol.com.br/textos.asp?codigo=11836
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