"Edu Lobo é irado, tá ligado, bródi?", artigo de Arnaldo Bloch

“Cansei dessa conversa de que a juventude não lê. E, se não lê, de quem é a culpa? Dos professores, do ensino, do desprezo pelo conhecimento de humanidades, do espírito de competição acirrada e de interesse ultraespecializado, da falta de ideias e, sobretudo, da ausência de um chefe de Estado que faça a revolução pela educação, aquela que ninguém tem coragem de assumir como prioridade?
[...]
Dizem que o mundo atual é tribalista. Quem quiser conversar sobre o quanto Edu Lobo é irado, tá ligado, bródi? (no meu tempo eu diria Edu Lobo é um barato, morou, xará?, e meu pai talvez dissesse Edu Lobo é bacana, manja, meu chapa?, e vovô diria que o Edu é batuta, supimpa, XPTO, e vamos), mas como eu ia dizendo, quem quiser encher a bola de Edu Lobo vai encontrar a turma certa na casa de sucos certa, na gíria certa, sem prejuízo ou exclusão da turma do funk, isso quando as duas turmas não se cruzarem nas fusion sessions ou nas pistas ao som de remixes geniais. E digo mais: uhuuuuu, isssssssa, cáspite, caraca.

Culpar a juventude é o mesmo que culpar a política, o jornalismo, o direito, a medicina, pelos erros do político, do jornalista, do juiz, do médico. O mesmo que culpar o funk pela violência dos indivíduos. É o medo de olhar para o umbigo da própria ignorância, o envelhecimento das ideias, a preguiça de transformar, de compreender as novas falas quando estas anseiam por conhecimento mas rejeitam o bolor e o peso de métodos, currículos e formações ora substanciais no conteúdo e velhas no código, ora vazias de saber e mais modernas que a modernidade.”

Leia o artigo na íntegra em Arnaldo Blog – O blog do Arnaldo Bloch, 18/07/2009.
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