Os preconceitos da pronúncia

Na Copa das Confederações, em junho, a vitória de 1 a 0 do Brasil sobre a África do Sul transformou o técnico carioca Joel Santana num involuntário porta-voz do sotaque desengonçado do brasileiro tipo exportação.

Após o jogo, que valia uma vaga na final vencida pela seleção brasileira dias depois, o técnico dos africanos esforçou-se para falar com os jornalistas em inglês, um dos 11 idiomas oficiais do país sede da Copa de 2010. O simpático esforço de Joel agrada a mídia local, que o critica pela armação do time, nunca pelo domínio do idioma. Mas o resultado, macarrônico, virou motivo de piada no Brasil.
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"Oportunidá"

Não é a primeira vez que personalidades do futebol viram alvos públicos ao tropeçar no idioma alheio. Em sua apresentação como técnico do Real Madrid, em 2004, Wanderley Luxemburgo caprichou no portunhol, com direito a palavras como "oportunidá" e "arrepiendo". Outro campeão de acessos no YouTube, o jogador Anderson, do Manchester United, deu entrevista em inglês com a naturalidade dos desavisados, recorrendo ao português sempre que lhe faltava repertório ("more ataque").

Em ambos os casos, a risada pode esconder muito de intolerância. Mesmo quando fluentes em outro idioma, os brasileiros pronunciam palavras estrangeiras sempre à sua maneira, como fazem todos os povos.

Leia na íntegra a matéria de Edgard Murano para a Revista Língua Portuguesa em http://revistalingua.uol.com.br/textos.asp?codigo=11809
(Foto: Ivo Gonzales/Agência O Globo)
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