"Professor deve ajudar aluno a ser autodidata": entrevista de Marc Prensky

Dos três adjetivos associados à sua pessoa - visionário, inventivo e futurista -, talvez o primeiro seja o mais adequado para descrever o norte-americano Marc Prensky, especialista em educação e em tecnologia. Prensky é conhecido pela criação dos termos "nativos digitais", geração que nasceu durante a era digital, e "imigrantes digitais", aqueles que nasceram antes da explosão digital.

A convite da Fundação Telefônica Vivo, o escritor fará uma palestra na Campus Party 2013 (evento de inovação tecnológica) amanhã, em São Paulo. Na quinta-feira, Prensky conversou com o Estado por telefone de sua casa em Nova York.


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Como adaptar a escola ao novo contexto tecnológico?
Marc Prensky - A forma como os professores ensinam é a mesma. Eles ficam em pé na frente dos alunos e apenas falam, enquanto os estudantes apenas escutam, quando escutam, e fazem anotações. São métodos velhos. O melhor método é único, é o da parceria. E há várias formas de se alcançar bons resultados quando professores e alunos trabalham como parceiros. Estudantes podem fazer suas atividades e o professor deveria estar presente como um guia, uma espécie de técnico esportivo. Essa mudança conceitual é uma forma pedagógica que está mais relacionada a esse novo contexto.
Mas como se daria efetivamente essa parceria?
Marc Prensky - Professores e alunos devem conversar. Não sobre notas, mas sobre quem eles são. E como eles fazem as coisas que fazem. Isso é a principal coisa que falta. Eles acham que são dois grupos diferentes. Eles devem se enxergar como parceiros. Como pessoas que estão trabalhando juntas buscando resolver problemas comuns. Professores precisam conhecer as paixões dos estudantes, a maneira como eles pensam e como eles aprendem. E estudantes precisam saber mais sobre os seus professores. O que eles estão tentando fazer, quais são os seus objetivos. Esse relacionamento pode continuar formal, mas numa maneira menos distante.
O senhor propõe uma revolução nos métodos educacionais?
Marc Prensky - Eu não gosto de falar em revolução. Eu prefiro falar em adaptação a um novo contexto. O aspecto tradicional da escola deve ser preservado, mas ela deve ter como norte a preparação dos alunos para o mundo.
É onde entra a tecnologia?
Marc Prensky - Parte dessa adaptação deve ser feita com a tecnologia, porque as crianças vivem na era da tecnologia. Mas isso é apenas uma parte da questão. Nós devemos deixar os estudantes fazerem coisas úteis, devem pesquisar assuntos que serão discutidos em sala, utilizando cada vez mais a tecnologia. E a função do professor seria responder às dúvidas. A outra parte tem a ver com a maneira como ensinamos. O que ensinamos para as crianças é Matemática, Línguas, Ciência e Estudos Sociais e isso não é o que deveríamos ensinar pensando no futuro.
Deveríamos reformular o currículo então? 
Marc Prensky - Sim, nós temos que mesclar as disciplinas. Mas o que eu proponho vai além disso. Nós deveríamos ensinar numa lógica de aprofundamento de habilidades de análise, pensamento, discussão, sociabilidade e relacionamento humano.
Os professores devem ser mais tecnológicos?
Marc Prensky - Os professores não deveriam nem se aproximar da tecnologia, porque a função do professor é observar o que os estudantes fazem e ter certeza de que o que eles estão fazendo é de boa qualidade. Eles devem saber apenas as possibilidades que a tecnologia pode oferecer.
Os professores não precisariam nem se familiarizar com o assunto?
Marc Prensky - Eles devem saber que é possível que os estudantes possam se comunicar bem através de um vídeo, e a partir daí avaliar a qualidade do material produzido. Ou seja, os professores não precisam ficar preocupados com a tecnologia. Agora, existe algo que é muito estúpido. Os professores dizem: agora nós todos iremos criar uma apresentação em power point juntos. O que os professores deveriam dizer é que todos precisariam apresentar alguma coisa sobre o conteúdo específico, usando a ferramenta que eles quiserem.
Então como tornar a escola mais atraente?
Marc Prensky - Aumentaríamos o interesse de alunos se mostrássemos a eles porque estamos ensinando o que ensinamos e para quê serve tudo isso. Não damos respostas aos alunos que perguntam porque estamos aprendendo equação quadrática ou porque eles deveriam estudar, em detalhes, a história da Grécia.
Leia a íntegra da entrevista concedida ao jornalista Davi Lira em http://www.estadao.com.br/noticias/impresso,professor-deve-ajudar-aluno-a-ser-autodidata-,989677,0.htm.

Número temático sobre letramento da RBLA

Revista Brasileira de Linguística Aplicada - volume 12, número 4, 2012

"Neste volume, dedicado ao letramento, estão presentes estudos muito bem feitos e que geram discussões urgentes. As reflexões que esses artigos provocam enfatizam a necessidade de repensarmos a educação para que ela seja realmente inclusiva, lide com uma concepção atual e ampla da noção de letramento, seja significativa para os alunos, trabalhe com uma abordagem em que os alunos sejam sujeitos críticos, ativos e participativos nas situações cotidianas, que sempre envolvem a lida com textos escritos ou orais, impressos ou digitais dos mais diversos gêneros. Além disso, nos faz sentir a intensa necessidade de a escola se desprender de abordagens conteudistas tradicionais e práticas essencialmente individuais de aprendizagem. Nesse sentido, vários artigos nos mostram as contribuições que uma incorporação real do digital nas práticas educativas pode trazer para fazermos uma escola que desenvolva nos alunos não apenas o saber de alguns conteúdos relevantes, mas também habilidades importantes para sua participação na sociedade contemporânea, como a autonomia da aprendizagem e o trabalho colaborativo, distribuído e compartilhado entre muitas pessoas."
(Carla Viana Coscarelli - Editora)

Artigos:
 
·  Letramento: um fenômeno plural
Silva, Elizabeth Maria da; Araújo, Denise Lino de
 
·  Desdobramentos recentes da educação inclusiva no Brasil: discursos e práticas de letramento
Sato, Denise Tamaê Borges; Magalhães, Izabel; Batista Júnior, José Ribamar Lopes
 
·  Letramento em foco: os usos da escrita em uma comunidade escolar em Florianópolis (SC)
Euzébio, Michelle Donizeth

·  Os jogos de linguagem no discurso infantil: implicações na constituição do letramento oral
Medeiros, Neilson Alves de
 
·  Em defesa de uma atitude poética para a interpretação nas práticas de letramentos em contexto escolar
Cortez, Cinara Monteiro
 
·  Letramentos em rede: textos, máquinas, sujeitos e saberes em translação
Buzato, Marcelo El Khouri

·  Letramento hipertextual: por uma análise e redefinição do conceito
Pinheiro, Regina Cláudia; Araújo, Júlio
 
·  Oportunidades de letramento através de mineração textual e produção de fanfictions
Costa, Patrícia da Silva Campelo; Reategui, Eliseo Berni
 
·  WebQuests: tecnologias, multiletramentos e a formação do professor de inglês para a era do ciberespaço
Dias, Reinildes

·  Análise sistêmico-funcional como suporte para a leitura de textos: o caso da cerveja Devassa
Fuzer, Cristiane; Ticks, Luciane; Cabral, Sara Regina Scotta
 
·  Práticas de letramento crítico na formação de professores de línguas estrangeiras
Costa, Elzimar Goettenauer de Marins

·  Práticas de letramento docente no estágio supervisionado de letras estrangeiras
Reichmann, Carla Lynn

·  Projeto pedagógico do curso de licenciatura em inglês da UFAL: os letramentos em questão
Stella, Paulo Rogério; Tavares, Roseanne Rocha

·  Contribuições de teorias recentes de letramentos críticos para inglês instrumental
Takaki, Nara Hiroko

·  Atividades de leitura em livros didáticos de inglês: PCN, letramento crítico e o panorama atual
Tilio, Rogério

·  O letramento acadêmico em inglês: dificuldades na confecção da sessão introdução de artigos acadêmicos
Ferreira, Marília Mendes

Acesse os artigos em http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_issuetoc&pid=1984-639820120004&lng=pt&nrm=iso.

Professores do PR recebem capacitação para usar tablets

Foto: Giuliano Gomes/SEED
Os técnicos das Coordenações Regionais de Tecnologia da Educação dos Núcleos Regionais passaram por um curso de formação ao longo da semana, em Curitiba, para orientar os professores do ensino médio que passarão a fazer os registros de classe on-line, por meio de acesso à internet em sala de aula e com o uso de tablets, que começam a ser entregues a partir do início das aulas.
(...)

A partir de março, a Secretaria da Educação distribui, via termo de cessão e guarda, mais de 28 mil tablets para os professores do ensino médio. Com o equipamento, o professor poderá, por exemplo, planejar seu trabalho, utilizar-se de ferramentas e aplicativos, organizar arquivos, ter livros digitais, facilitar o registro de classe e acessar a internet.

A proposta é que o professor, em primeiro lugar, se familiarize com o equipamento. "Nessa primeira etapa, esperamos que o professor utilize o tablet de maneira pessoal, verificar no equipamento as potencialidades de uso e, num segundo momento, começar a enxergar as potencialidades para aprendizagem", destacou Ezequiel Menta, coordenador de Multimeios da Secretaria de Estado da Educação.

Leia a íntegra da matéria em http://www.aen.pr.gov.br/modules/noticias/article.php?storyid=72802&tit=Educacao-capacita-professores-para-uso-de-tablets-em-sala-de-aula&ordem=5.

Professores analfabetos digitais? artigo de Luís Antônio Giron

Foto: ÉPOCA
O ministro da Educação Aloizio Mercadante anda tão encantado pela alta tecnologia, que pode colocar os alunos brasileiros em risco de completa imbecilização.
A tecnologia é obviamente fascinante e tem o poder de hipnotizar as multidões, quanto mais seus autoassumidos líderes. Mercadante, cuja formação não é em Pedagogia e sim em Economia (seria, então, um "ignorante pedagógico"?), parece ser mais uma presa da narcose e a alienação tecnológicas que assolam o Brasil e o mundo. Isso tem sido rotina no campo das artes e dos espetáculos: ninguém escapa de usar os novos aparelhos e de mergulhar nos smartphones, feito o personagem Gollum eletrizado (e destruído) pelo precioso anel que achou por acaso. No entanto, quando se trata da formação de jovens, eleger a tecnologia como a panaceia universal afigura-se como o mais deprimente desastre.
Vou tentar analisar as novas ideias do ministro e assim demonstrar que ele está fadado a cometer o maior equívoco de sua carreira: tomar os professores por ignorantes e jogar os alunos no poço dos leões da tecnologia da informação, confundindo-a com a solução final da educação. Por fim, vou aconselhar o ministro (que pretensão, mas não posso evitar) a adotar uma estratégia menos devastadora para capacitar os professores e seus alunos. Não que isso pareça preocupar o ministro. Ele, pelo jeito, só quer brilhar com um discurso que pensa ser “inovador”.

II Vozes da Linguística Aplicada na UNIGRANRIO


Local: Campus I da Universidade do Grande Rio Prof. José de Souza Herdy (UNIGRANRIO)

Temáticas:
* Formação de professores de línguas
* Leitura, letramento e gêneros textuais
* Metodologia e ensino de língua materna
* Metodologia e ensino de línguas estrangeiras
* Tecnologias no ensino de línguas

Submissão de trabalhos: até 20/01/2013
Cartas de aceite: 21/01 a 01/02/2013


Site do evento: www.educadoratual.com/linguisticaaplicada

Concurso para docente na UFPA: área de Ensino-Aprendizagem da Língua Portuguesa


Estão abertas as inscrições (Edital 225/2012) para concurso de docente para a área de de Ensino-Aprendizagem da Língua Portuguesa no Instituto de Letras e Comunicação da Universidade Federal do Pará (UFPA). 

O requisito é Mestrado em Letras, Língua Portuguesa, Linguística Aplicada, Linguística ou Educação.


As inscrições vão até 20/01/2013.


Maiores informações em http://www.ilc.libradesign.com.br/pagina/noticiadetalhe/ID/000456.

Ensino de Línguas Mediado por Computador/EaD: novo número da Domínios de Lingu@gem


A Domínios de Lingu@gem (UFU) http://www.seer.ufu.br/index.php/dominiosdelinguagem/index acaba de publicar seu novo número temático: Ensino de Línguas Mediado por Computador/EaD (v. 6, n. 2, 2012). 

A revista também convida os pesquisadores a participar da próxima edição da revista, atemática. Os artigos podem ser enviados até 28/02/2013.

Sumário

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O uso das tecnologias de informação e comunicação no ensino de língua e suas implicações (10-18)
Marlete Sandra Diedrich, Patrícia Valério

Ensino e aprendizagem de língua inglesa e recursos tecnológicos: um estudo sobre os processos de retroação e irreversibilidade (19-40)
Larissa de Sousa Silveira

A relação entre as crenças verbalizadas e depreendidas das ações do professor de Língua Inglesa no que tange ao ensino mediado pelas novas tecnologias (41-71)
Kássia Gonçalves Arantes

A influência da ferramenta digital "Google Tradutor" no processo de aprendizagem de língua inglesa (72-93)
Thaís Bernardes Costa

Tarefa de casa e tecnologia (94-110)
Ana Maria Camin de Menezes

Aquisição da escrita na era virtual: incorporando os jogos digitais online (111-127)
Andréa Lourdes Ribeiro

O professor e a EaD: será que o docente está preparado para isso? (128-136)
Claudia Almeida Rodrigues

Ensino e aprendizagem de línguas mediado por computador: conectando teoria e prática em um jogo (137-149)
Suzana Cristina dos Reis, Rosangela Segala de Souza, Adilson Fernandes Gomes

Uma análise da produção de teses e dissertações sobre Objetos de Aprendizagem na área de Linguística e Letras (150-169)
Adilson Fernandes Gomes, Alan Ricardo Costa, Vanessa Ribas Fialho, Luis Henrique dos Santos

De redes sociais a comunidades de prática: um estudo sobre percepção e efetivação de affordances no ambiente on-line (170-190)
Daniela Valim de Oliveira

A influência do suporte digital na produção escrita de aprendizes de língua inglesa: um estudo sobre netspeak (191-206)
Isabella de Gregório Santos

Saberes em construção: videogames e motivação na aprendizagem de língua estrangeira (207-232)
Cristiane Manzan Perine